Mariajosé Carvalho
Mariajosé Carvalho (1919-1995) foi poeta, cantora, tradutora, atriz e diretora de teatro. Lecionou arte dramática e criou um método especial do ensino da dicção e técnica vocal utilizado durante dez anos na Escola de Arte Dramática da USP. Foi uma artista influente na cultura paulistana entre os anos 1940 e 1970. Nos anos 1950, participou do Grupo Universitário de Teatro, de Décio de Almeida Prado, do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), bem como do movimento da poesia concreta. Conviveu com poetas e escritores da Geração de 45. Foi amiga de Dora Ferreira da Silva e frequentou o “grupo São Paulo”, academia livre de estudos paralela à USP, criada pelo marido de Dora, o filósofo Vicente Ferreira da Silva, e frequentada por intelectuais como Ernesto Grassi, os críticos de cinema Almeida Salles e Paulo Emílio Salles Gomes, o arquiteto Le Corbusier, Oswald de Andrade e Guimarães Rosa. Em meados dos anos 1960, fundou a editora Papyrus, que publicou clássicos da poesia traduzidos pelos irmãos Campos, como Traduzir e Trovar, e os livros de poemas concretos da própria Mariajosé, como Neomeni, de 1968. Publicou ainda os livros Poemas da noite amarga (1950); Aurum et Niger (1966); Lanarium (1970); Mar do sul (1984); Romance de Lampião (1986); Os celebrantes (1988). Foi tradutora de literatura e poesia, estudiosa de fonética, filologia e linguística. Traduziu Salambô, de Flaubert, entre outros. Parte da sua produção tradutória permanece inédita. No terreno poético, traduziu e publicou, do belga Pierre Louys, As canções de Bilitís (Max Limonad, 1984) e Cantos, de Leopardi (Max Limonad, 1986).