Cláudio Willer (1940) é paulista. Atua como poeta, crítico e tradutor. É considerado um poeta surrealista, além de ser sempre lembrado por sua ligação com a poesia beat. Estreou com Anotações para um apocalipse (Massao Ohno Editor, 1964), seguida por Dias circulares (Massao Ohno Editor, 1976), Jardins da Provocação (Massao Ohno/Roswitha Kempf Editores, 1981) e Estranhas Experiências (Lamparina, 2004). Segundo Maria Esther Maciel, Willer e Floriano Martins são “dois dos mais inventivos e prolíficos poetas de linhagem surrealista em atuação no cenário poético do Brasil contemporâneo”. Com Martins, coeditou a revista eletrônica Agulha, de 1999 a 2009. Escreveu ensaio sobre a Geração beat (L&PM, 2009) e presidiu por vários mandatos a União Brasileira de Escritores. A sua prática tradutória sempre esteve ligada à sua produção poética. No início da década de 1970, traduziu Os cantos de Maldoror, de Lautréamont (Vertente, 1970), cuja obra completa viria a lançar em 1998 pela Iluminuras. Na década de 1980, traduziu Uivo, do poeta beat Allen Ginsberg. Continue lendo “Cláudio Willer”→
Cláudio Daniel (1962) é poeta, professor, tradutor e ensaísta. Sua formação inicial é o jornalismo. Fez mestrado em Literatura Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP) e mantém o blog literário Cantar a Pele de Lontra. Edita desde 2006 a Zunái – Revista de Poesia e Debates. Assumiu em 2010 como curador de Literatura e Poesia do Centro Cultural São Paulo (CCSP), ligado à prefeitura paulistana. Além de promover encontros e palestras sobre poesia, sob a sua direção, a curadoria lançou a coleção “Poesia Viva”, plaquetes de poesia brasileira contemporânea com tiragem de mil exemplares e distribuição gratuita, projeto que está divulgando autores da literatura recente, “de diversas gerações, tendências e estilos, novos ou consagrados”. A revista eletrônica Zunái, além do que o seu nome anuncia: poesia, debates e ensaios, costuma defender bandeiras político-ideológicas, como, por exemplo, a causa palestina. Foi curador do Centro Cultural São Paulo entre 2010 e 2014, colunista da CULT. No âmbito poético, Cláudio Daniel publicou os livros Sutra (edição do autor, 1992), Yumê (Ciência do Acidente, 1999) e A sombra do leopardo (Azougue Editorial, 2001), esse último vencedor do prêmio Redescoberta da Literatura Brasileira, promovido pela revista CULT. Publicou ainda Figuras metálicas (2007), Fera bifronte (2007), Cores para cegos (2010), Cadernos bestiais, Esqueletos do nunca e Livro dos orikis, todos de 2015. Organizou os eventos literários internacionais Galáxia Barroca e Kantoluanda, em 2006, em São Paulo, entre outros. São seus parceiros nas traduções os poetas Luiz Roberto Guedes, Horácio Costa, Glauco Mattoso e Virna Teixeira. No levantamento de tradução poética 1960-2009, aparece com as seguintes traduções: Shakti, de Reinaldo Jimenez (Lumme, 2006); Sunyata & outros poemas, de Víctor Sosa (Lumme, 2006); Estação da fábula, de Eduardo Milán (Fundação Memorial da América Latina, 2002); Geometria da água e outros poemas (Fundação Memorial da América Latina); Rupestres (Tigre do Espelho, 2001); Madame Chu e outros poemas (Travessa, 2003); Íbis amarelo sobre fundo negro (Travessa, 2006), todos de José Kozer; e Máquina final, de Efraín Rodríguez Santana (Lumme, 2009). Além disso, organizou e participou da tradução da antologia Jardim dos cameleões – A poesia neobarroca na América Latina (Iluminuras, 2004).
Claudia Roquette-Pinto (1963) é carioca. Formada em tradução literária pela PUC-RJ, dirigiu durante cinco anos o jornal cultural Verve. Tem cinco livros de poesia publicados: Os dias gagos (Edição da autora, 1991); Saxífraga (Editora Salamandra, 1993); Zona de sombra (Editora 7Letras, 1997); Corola (Ateliê Editorial, 2001 – Prêmio Jabuti de Poesia de 2002) e Margem de manobra (Editora Aeroplano, 2005). Consta do levantamento de tradução poética com Primeiras Palavras, de Douglas Messerli (Ateliê, 1999), feita em conjunto com Régis Bonvicino.
Christovam de Camargo (1892-?) nasceu em São Paulo. Jornalista, poeta e escritor da década de 1920, fundou no Rio de Janeiro em 1927 a revista Columbia, dedicada à literatura latino-americana. Lançou o livro de versos Bronze (Buenos Aires: Mirtos, 1947). Entre outros, escreveu a biografia Meu perfil de Pedro I, o príncipe galante (Rio/Buenos Aires: Mirton, 1962). Foi amigo e contemporâneo de Mario de Andrade, Guilherme de Almeida e do poeta parnasiano Paulo Setúbal. Foi presidente do Instituto Argentino-Brasileño de Cultura, de Buenos Aires, onde viveu por muitos anos. Consta em nossos registros como tradutor de Rubaiatas (Minerva, 1960), de Omar Khayyam, numa versão feita a partir de uma interpretação literal do texto persa. Continue lendo “Christovam de Camargo”→
Cecília Meireles (1901-1964) foi professora, pedagoga, jornalista e, sobretudo, poeta. Estreou com Espectros (1919), uma coleção de sonetos simbolistas. Entre 1925 e 1939, trabalhou como professora, período em que publicou livros infantis e fundou, em 1934, a Biblioteca Infantil do Rio de Janeiro, primeira desse tipo no Brasil. Ensinou literatura brasileira em Austin (EUA) e, em 1936, foi nomeada professora na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Por Viagem (1939), recebeu o prêmio de poesia da Academia Brasileira de Letras. Publicou ainda: Nunca mais… e Poema dos Poemas (1923); Criança meu amor (1924); Baladas para El-Rei (1925); Vaga Música (1942), Mar Absoluto e Outros Poemas (1945), Retrato Natural (1949), Romanceiro da Inconfidência (1953), Metal Rosicler (1960), Poemas Escritos na Índia (1962), Solombra (1963) e Ou Isto ou Aquilo (temática infantil, 1964). Conhecia inglês, francês, italiano, russo, hebraico e dialetos do grupo indo-iraniano. Traduziu obras relevantes da literatura mundial, como Orlando, de Virginia Woolf, dramas de García Lorca e o romance Çaturanga, do indiano Tagore. Traduziu ainda “A canção de amor e de morte do poeta-estandarte Cristóvão Rilke”, que está no volume Cartas a um jovem poeta (1953), assinada em conjunto com Paulo Rónai, que traduziu as cartas. Consta no levantamento de tradução poética entre 1960 e 2009 com sua tradução das antologias Poesia de Israel (Civilização Brasileira, 1972); Poesia e prosa de Israel (Departamento Cultural da Embaixada de Israel, 1968). Traduziu ainda os chineses Li Po e To Fu (Nova Fronteira, 1996), trabalho que permaneceu inédito e só foi publicado mais de trinta anos após a sua morte.
Carlos Nejar (1939) é poeta, ficcionista, tradutor e crítico literário. É membro da Academia Brasileira de Letras. Bacharel em Direito pela PUCRS, foi professor da rede pública estadual (RS) e Promotor da Justiça Estadual e Procurador da Justiça em Porto Alegre. O seu primeiro livro de poesias, Sélesis, foi publicado em 1960. Trabalhou no jornal Diário de Notícias, de Porto Alegre, como colaborador da página literária “Nossa Geração”. Recentemente, publicou a sua História da literatura brasileira (Leya, 2011). Foi o primeiro tradutor de Jorge Luis Borges (contos) no Brasil, para a editora Globo de Porto Alegre, no início dos anos 1970. Continue lendo “Carlos Nejar”→
Carlos Loria é baiano. Lançou Territor (Edições Audience of One, 1980); Aborigem (Código, 1988); Monocromos (Audience of one, 2004). Foi professor de italiano da Faculdade São Bento/ Salvador (BA). Traduziu Cummings:20 Poemas (Código, 1990) e, em parceria com Adalberto Müller, O partido das coisas, de Francis Ponge (Iluminuras, 1995). Continue lendo “Carlos Loria”→
Carlos Felipe Moisés (1942-2017) fez sua estreia como poeta em 1960, com apenas 18 anos. Paulistano, estudou Letras na USP e, na época, começou a colaborar com o suplemento literário do jornal O Estado de São Paulo. Foi professor de Teoria Literária e Literaturas de Língua Portuguesa na Faculdade de Filosofia de São José do Rio Preto (1966-68), na PUC de São Paulo (1967-1970), na Universidade Federal da Paraíba (1977) e na USP (1972-1992). Passou várias temporadas no Exterior – em Portugal e na França, como bolsista da Fundação Gulbenkian, e nos EUA, como poeta residente em Iowa City (1974-75), e como professor visitante na Universidade da Califórnia, em Berkeley (1978-1982), e na Universidade do Novo México (1986). Tem nove livros de poesia publicados, onze de teoria literária, além de livros infanto-juvenis. Participou de 13 antologias de poetas contemporâneos publicadas no Brasil, em Portugal, na França e nos Estados Unidos. Dois de seus livros, Poemas reunidos (Cultrix, 1974) e Subsolo (Massao Ohno Editor, 1989) receberam o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte. Sua obra inclui poesia, ficção, ensaio, tradução, literatura infanto-juvenil e edições comentadas de poetas modernos e contemporâneos. Fora do âmbito da tradução poética, destaca-se a sua tradução de Que é a literatura? [Qu’est-ce que la littérature?], de Jean-Paul Sartre (Ática, 1989) e de Tudo o que é sólido desmancha no ar [All that’s solid melts into air], de Marshall Berman (Companhia das Letras, 1986). Suas traduções poéticas estão reunidas em Alta Traição (Unimarco, 2005), tendo também traduzido poemas de Auden (Espectro, 2009). Continue lendo “Carlos Felipe Moisés”→
Carlito Azevedo (1961) é um poeta carioca da geração de 1990. É editor e crítico. Suas principais obras são: Collapsus Linguae (1991), vencedora do Prêmio Jabuti; As banhistas (1993); Sob a noite física (1996); Versos de Circunstância (2001) e Monodrama (2009). Desde 1997, edita a revista de poesia Inimigo Rumor que, segundo Manuel da Costa Pinto, organizador da Antologia comentada da poesia brasileira do século 21, “vem publicando alguns dos nomes mais importantes da poesia brasileira contemporânea e estabelecendo uma ponte fundamental com poetas portugueses” (PINTO, 2006, p. 55). A revista prioriza a poesia brasileira, a tradução de poesia e os ensaios. Traduziu Ode a uma estrela, de Neruda (Cosac Naify, 2009) e Dia de folga, de Jacques Prévert (Cosac Naify, 2004). Continue lendo “Carlito Azevedo”→
Bento Prado de Almeida Ferraz Júnior (1937-2007), conhecido como Bento Prado, ou Prado Jr. foi professor de Filosofia na USP e na Universidade de São Carlos. Foi filósofo, escritor, poeta, crítico literário e tradutor. Suas obras mais importantes são na área da Filosofia. Em 1969, na ditadura militar, foi aposentado compulsoriamente e exilou-se na França. Retornou ao Brasil no final da década de 1970. Uma amostra da sua produção poética está em Filosofemas – Antologia 2 (Massao Ohno Editor, 1987). No âmbito da tradução poética, traduziu Horácio: Odes e Épodos (Martins Fontes, 2003). Continue lendo “Bento Prado de Almeida Ferraz Júnior”→