Poesia de Paul Celan ganha nova tradução
A Editora da Universidade de Brasília lançou em agosto último A poesia hermética de Paul Celan, de Flávio R. Kothe. O livro, de 515 páginas, traz uma seleção de poemas, um ensaio, além de cronologia biográfica e apresentação da obra. A edição é bilíngue e os poemas são acompanhados de comentários do tradutor. Esta é a terceira tradução de poemas de Celan feita por Kothe que é editada no Brasil. Claudia Cavalcanti também traduziu alguns de seus poemas na antologia Cristal (Iluminuras, 1999).
Sinopse fornecida pela editora:
O hermetismo trágico marca a lírica moderna. Paul Celan é o maior poeta de língua alemã do pós-guerra. Ele faz parte da linhagem de Goethe, Holderlin, Baudelaire, Mallarmé, Trakl, Rilke, Stephan George, Mandelstam. Aqui se tem, finalmente, uma seleção abrangente de sua obra, em edição bilíngue. Tem-se no início uma cronologia biográfica do autor e uma apresentação geral de sua obra. A parte mais significativa dos poemas está aqui, acompanhada pelo ensaio O Meridiano, a poética do autor, no discurso que proferiu quando recebeu o principal prêmio literário alemão. Cada poema recebe comentários sobre a tradução e pistas interpretativas, para facilitar o acesso do leitor. A poesia esotérica é destinada a iniciados; a poesia hermética, embora difícil de entender, não exige códigos secretos, ela não acrescenta dificuldades ao difícil do que ela tem a dizer. A lírica moderna é marcada pelo caráter trágico, reflete tensões trágicas da existência contemporânea. A intimidade se torna o palco em que o autor se vê como outro: o eu se torna um tu, o tu manifesta um eu em que o outro é parte do próprio sujeito. Sabendo que vai ser lido por um eu, o poeta introjeta essa visão externa e passa a se ver como um tu, em que se distancia de si enquanto reflete enigmas da existência.