Perfis de tradutores

Guilherme de Almeida

Guilherme de Almeida

Guilherme de Almeida (1890-1969) foi agraciado com o título honorífico de “O príncipe dos poetas” e também foi o primeiro modernista a ser admitido na Academia Brasileira de Letras. Almeida foi um dos editores da revista Klaxon (porta-voz do movimento modernista) e apresentou a conferência “Revelação do Brasil pela poesia moderna” em vários Estados para divulgar os ideais estéticos do movimento. Sua estreia na poesia ocorreu em 1916, com Mon Coeur Balance e Leur Ame, peças teatrais escritas em colaboração com Oswald de Andrade. Ele escreveu cerca de dez livros de poemas entre 1925 e 1961. Além disso, foi responsável por introduzir o haicai no Brasil nas décadas de 1930 e 1940, adaptando-o. Traduziu poesia e drama principalmente entre as décadas de 1930 e 1940. Sua tradução poética mais celebrada é a de Flores da Flores do Mal, de Baudelaire (José Olympio, 1944). No âmbito poético, traduziu ainda Paralelamente a Paul Verlaine (1944), Eu e você, de Paul Géraldy (Cia. Editora Nacional, 1932); duas obras do poeta indiano Tagore, a antologia Poetas de França (1936), entre outros. Na bibliografia de tradução poética entre 1960 e 2009, Guilherme de Almeida aparece com Festival e Os Frutos do Tempo (Les Fruits du Temps) – ambas obras de Simon Tygel, poeta belga nascido em 1922 e radicado no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial; e com Arcanum (Martins, 1965), de Niles Bond, diplomata e poeta norte-americano que ocupou o cargo de  cônsul no Brasil de 1964 a 1969.

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Glauco Mattoso

Glauco Mattoso (1951), pseudônimo de Pedro José Ferreira da Silva, é paulistano. Seu nome artístico brinca com a doença que o levou a perder a visão (o glaucoma). Faz ficção erótica e poesia obscena. Começou a publicar poemas em coletâneas em 1975. Fez parte do grupo de poetas marginais dos anos 1970.  Na década de 1980, criou o fanzine anarco-poético “Jornal Dobrabil”. Ao perder a visão em meados da década de 1990, deixou de lado os quadrinhos para dedicar-se ao soneto clássico, mas de temática irreverente e erótica.  Também é letrista. Traduziu o cubano Severo Sarduy na antologia de poesia neobarroca da América Latina Jardim dos camaleões (Iluminuras, 2004). Por sua tradução de Fervor de Buenos Aires, incluída em Obras completas (Globo, 1998), feita em conjunto com Jorge Schwartz, ganhou o prêmio Jabuti de 1999. Continue lendo “Glauco Mattoso”

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Gilson Maurity

Gilson Maurity (1926-2010) foi um renomado médico cardiologista, cirurgião de coração e tórax. Depois de longa carreira na medicina, dedicou-se à poesia e à tradução. Em 1999, publicou seu primeiro livro de poemas, ao qual se seguiram outras cinco obras.  Traduziu Pequenos poemas em prosa, de Baudelaire, para a Coleção Grandes Traduções da editora Record (2006), com prefácio de Ivo Barroso, e Últimos poemas de amor, de Paul Éluard (Ibis Libris, 2009). Continue lendo “Gilson Maurity”

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Geraldo Holanda Cavalcanti

Geraldo Holanda Cavalcanti

Geraldo Holanda Cavalcanti (1929) é pernambucano. É poeta, diplomata e escritor. Graduado em Direito, exerceu a diplomacia por mais de quarenta anos, vivendo em grandes cidades estrangeiras, como Genebra, Washington, Moscou e Bonn. Estreou na poesia em 1964, com o livro O Mandiocal de verdes mãos. Em 1998, publicou Poesia reunida, obra vencedora do prêmio Fernando Pessoa, da União Brasileira de Escritores. Em 2007, lançou Encontro em Ouro Preto (Record), livro de ficção. Publicou ainda o livro de memórias As desventuras da graça. É membro da Academia Brasileira de Letras desde 2010. Publicou Memórias de um tradutor de poesia (Escritório do Livro, NUT/UFSC, 2006), um depoimento sobre as suas concepções sobre a tradução poética.  Traduziu Diário Póstumo, de Eugenio Montale (Record, 1997); Poesias, de Salvatore Quasimodo (Record, 1999); Poesias, do colombiano Álvaro Mutis (Record, 2000); A alegria, de Giuseppe Ungaretti (Record, 2003); Antologia poética, do mexicano Carlos Pellicer (En Sol, 2005) e O cântico dos cânticos (Edusp, 2005).

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Geir Campos

Geir Campos

Geir Campos (1924-1999) era capixaba. Foi poeta, contista, dramaturgo e tradutor. Estreou na poesia com Rosa dos rumos (1950) e publicou outras quatorze obras nesse gênero. Escreveu também quinze peças teatrais. Foi igualmente tradutor de teatro e teorizou sobre essa prática em O problema da tradução no teatro brasileiro (1978) e em Tradução e ruído na comunicação teatral (1981). Além disso, traduziu romances e poesia, principalmente do alemão e do inglês. Foi membro fundador do Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro e da Associação Brasileira de Tradutores, da qual foi presidente. Escreveu também o livrinho de bolso Como fazer tradução (Vozes, 1987). Aparece no levantamento de tradução poética após 1960 com: Andares (Nova Fronteira, 1961), de Hermann Hesse; Folhas de relva (Civilização Brasileira, 1964) e Folhas das Folhas de relva (Brasiliense, 1984), de Walt Whitman, Poemas e canções (Civilização Brasileira, 1966), de Bertolt Brecht, O livro de horas (Civilização Brasileira, 1993) e Poemas e cartas a um jovem poeta (Tecnoprint, 1967), ambos de Rilke; Cantos do eu coração (Record, 1995), de Daisaku Ikeda (tradução indireta via versão do inglês de Burton Watson), e com as antologias Poesia alemã (Tecnoprint, 1960) e Haicais: poesia do Japão (Ediouro, 1988), também em tradução indireta.

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Foed Castro Chamma

Foed Castro Chamma (1927-2010) foi poeta e ensaísta. Nasceu no Paraná e, em 1941, mudou-se para o Rio de Janeiro. Começou a publicar poemas a partir de 1952. Seu livro Pedra da transmutação ganhou o prêmio Nestlé de Literatura na categoria Poesia em 1984. Publicou ainda Melodias do Estio (1953), Iniciação ao Sonho (1955), O Poder da Palavra (1959), Labirinto (1965), Ir a ti (1967), O Andarilho e a Aurora (1971, reunião dos três últimos livros) e Sons de Ferraria (1989). Traduziu 12 Poemas (Latife, 2000), de Adam Mickiewicz, Bucólicas (Latife, 1998), de Virgílio, e A arte de amar, de Ovídio (Caliban, 2009). Continue lendo “Foed Castro Chamma”

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Floriano Martins

Floriano Martins (1957) é cearense. Atua como poeta, artista plástico, editor, ensaísta e tradutor Foi editor do jornal Resto do Mundo (1988/89) e da revista Xilo (1999). Em 2001, criou o projeto Banda Hispânica, banco de dados virtual sobre poesia de língua espanhola, integrado ao Jornal de Poesia (www.jornaldepoesia.jor.br). É considerado um poeta surrealista. Escreve ensaios sobre música, artes plásticas e literatura para publicações estrangeiras da Europa e América Latina e brasileiras, como o Rascunho e Poesia Sempre. Organizou para as revistas mexicanas Blanco Móvil e Alforja duas edições especiais dedicadas à literatura brasileira: “Narradores y poetas de Brasil” (1998) e “La poesía brasileña bajo el espejo de la contemporaneidad” (2001), bem como as edições especiais “Poetas y narradores portugueses” (Blanco Móvil, México, 2003) e “Surrealismo” (Atalaia Intermundos, Lisboa, 2003). Participou dos seguintes volumes coletivos: Camorra (volume monográfico sobre Harold Alvarado Tenorio, Ediciones La Rosa Roja, Bogotá, 1990), Focus on Ludwig Zeller, poet and artist (Mosaic Press, Oakville-New York-London, 1991), Adios al siglo XX (Edição dedicada à poesia de Eugenio Montejo, Separata da revista Palimpsesto, Sevilla, 1992), O olho reverso: 7 poemas e um falso hai-kai (Thesaurus, 1993), Tempo e antítese: a poesia de Pedro Henrique Saraiva Leão (Editora Oficina, 1997) e Surrealismo e Novo Mundo (Ensaios sobre Surrealismo na América Latina, org. Robert Ponge, Editora da UFRGS, 1999). Dirigiu, juntamente com Claudio Willer, a Agulha – Revista de Cultura. Traduziu Expírito multiversos, de Rubén Mejía (Escrituras, 2007), poeta mexicano contemporâneo. Continue lendo “Floriano Martins”

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Ferreira Gullar

ferreiraFerreira Gullar, pseudônimo de José Ribamar Ferreira (1930-2016), era maranhense. Poeta, dramaturgo, tradutor e crítico de artes plásticas, estreou em 1951 com o livro Um pouco acima do chão. No mesmo ano, mudou-se para o Rio de Janeiro e trabalhou como jornalista de importantes veículos, como as revistas O Cruzeiro, Manchete e o Jornal do Brasil. Participou da fase inicial do movimento concretista entre 1954 e 1956, quando rompeu com o grupo e criou o movimento neoconcreto, que criticava o racionalismo da poesia concreta. Na década de 1960, sua poesia assume uma orientação mais política. Escreve o poema de cordel João Boa Morte, Cabra Marcado pra Morrer, é eleito presidente do Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE e filia-se ao Partido Comunista. Em 1968, com o AI-5, é preso e acaba exilando-se em 1971. Durante o exílio, escreve Dentro da Noite Veloz (1975) e a sua obra mais popular, Poema sujo (1976). Ao retornar ao Brasil em 1977, escreve para teatro e televisão. Publicou várias obras de crítica de arte, como Sobre Arte (1983) e Etapas da Arte Contemporânea: do Cubismo à Arte Neoconcreta (1998). Traduziu O livro das perguntas, de Neruda (Cosacnaify, 2008). Continue lendo “Ferreira Gullar”

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Fernando Mendes Vianna

mendes vianna
Foto: site da Editora Thesaurus

Fernando Mendes Vianna (1933-2006) era carioca. Estreou na poesia em 1958. Publicou nove livros de poemas entre 1958 e 2004. Entre outras premiações, ganhou por duas vezes o prêmio literário do Instituto Nacional do Livro, em 1972, na categoria “inéditos” e, em 1986, na categoria “obra publicada”. Foi membro da Associação Nacional de Escritores, da Academia Brasiliense de Letras, para onde se mudou em 1961 para trabalhar no Senado Federal. Também foi membro da Academia de Letras do Brasil e presidente do Sindicato dos Escritores do Distrito Federal. Segundo conta o amigo Anderson Braga Horta, em 1968, em plena ditadura, foi dos primeiros signatários de manifesto dos intelectuais do Distrito Federal em “repúdio aos atos de brutalidade praticados contra a mocidade estudantil”, motivado por uma invasão do campus da Universidade de Brasília. Em 1970, liderou movimento de adesão ao protesto iniciado por Alceu Amoroso Lima contra o estabelecimento da censura prévia a livros e periódicos. A ligação com a língua castelhana vem da infância, pois, filho de diplomata que era, passou a sua infância na Argentina e no Chile. Entre 1944 e 1947, viveu na Europa e passava férias com o pai em Madri. Em parceria com Anderson Braga Horta e José Jerônimo Rivera, traduziu Poetas do Século de Ouro Espanhol (Embajada de España, Consejería de Educación e Ciencia /Thesaurus, 2000), Antologia poética Ibero-americana (Asociación de Agregados Culturales Iberoamericanos, 2006), Victor Hugo: dois séculos de poesia (Thesaurus, 2002), O sátiro e outros poemas, também de Victor Hugo (Galo Branco, 2002). Traduziu ainda Poemas do Antigo Egito (Ministério da Educação e Cultura, Serviço de Documentação, 1965), além de Sonetos de amor e de morte, de Quevedo (Consejería de Educación y Ciencia de la Embajada de España en Brasil, 1999). Continue lendo “Fernando Mendes Vianna”

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