João Cabral de Melo Neto
João Cabral de Melo Neto (1920-1999) é considerado um dos maiores poetas brasileiros. Reconhecia-se como membro da Geração de 45 somente em termos cronológicos, uma vez que a sua original dicção poética em nada comungava com os preceitos estéticos neo-parnasianos presentes em vários poetas dessa época. O poeta de Morte e vida severina fez poucas incursões pela tradução poética. Segundo estudo de Carvalho (2009), Cabral traduziu “Quinze poetas catalães” para a Revista Brasileira de Poesia (1949), dirigida pelos poetas Péricles Eugênio da Silva Ramos e Domingos Carvalho da Silva. Verteu também poemas de três poetas norte-americanos para a antologia Videntes e sonâmbulos (1955), organizada por Oswaldino Marques. Ainda segundo Carvalho, por volta de 1948, Cabral “vinha se dedicando à tradução, principalmente das tankas, forma clássica da poesia japonesa cultivada na obra Del joc i del foc [Do jogo e do fogo] (1946) de Carles Riba (1893-1959)”. Três dessas traduções foram divulgadas no número 16 de Ariel – Revista de Les Arts de abril de 1948, podendo ser consideradas as primeiras traduções ao catalão divulgadas por Cabral (IBIDEM, p. 138). O interesse de Cabral pela poesia catalã teria sido despertado por Manuel Bandeira, que o questionou sobre os poetas daquela terra em carta enviada em 1947, logo depois de o poeta ter assumido como cônsul-geral do Brasil em Barcelona (IBIDEM). Cabral aparece em nosso levantamento bibliográfico com cinco poemas de Robert Bringhust publicados no volume Quingumbo: antologia da nova poesia norte-americana (Escrita, 1980), compilada por Kerry Shawn Keys.