Hinos antigos
Autores: HOMERO , CALÍMACO , PROCLO , Órficos
Tradução: Pedro Barbieri Antunes , Leonardo Antunes , Rafael Brunhara , José Carlos Baracat Júnior
Editora: São Paulo: Editora Madamu
Data de Lançamento: 2024
Nº de Páginas: 468
Língua do Original: grego
Literatura do Original: grega
Período Literário: Antiguidade Clássica
Paratexto: notas dos tradutores
Obs sobre a Obra: pela primeira vez reunida em um único volume, a tradição de Hinos aos deuses produzida na Antiguidade ganha edição bilíngue pela Editora Madamu. São quatro coleções de Hinos antigos que chegaram até nós, traduzidas por alguns dos mais destacados helenistas do país. A Pedro Barbieri coube o estudo introdutório sobre a tradição hínica antiga e a tradução dos Hinos de Calímaco. A coleção de Hinos homéricos foi traduzida por Leonardo Antunes, enquanto Rafael Brunhara se debruçou sobre a tradição de Hinos Órficos, com um apêndice sobre os Hinos a Zeus nas Teogonias Órficas e o Hino Estoico de Cleantes de Assos. O volume se encerra com a tradução dos Hinos de Proclo, empreendida por José C. Baracat Jr. Como nos recorda Pedro Barbieri na introdução, "a definição antiga mais citada sobre hinos é, em geral, a passagem de um diálogo de Platão, as Leis, em que, ao dividir as espécies de cantos, o personagem Ateniense descreve os hinos como “preces aos deuses” (eukhaì pròs theoús, 700a-b). O próprio texto platônico, porém, relativiza essa declaração mais adiante, dando a entender que, como os encômios, os hinos poderiam ser reservados não apenas aos deuses, mas também aos feitos heroicos (801e-802a). Ainda assim, o que vemos em grande parte do corpus hínico supérstite, inclusive nos poemas recolhidos nesta edição, é que, mesmo com toda a sua economia, a explicação platônica funciona. Provisoriamente, seria possível afirmar que os hinos correspondem a preces cantadas cuja ocasião de performance poderia ser ritual ou celebratória e cuja composição segue com frequência os ditames da tradição de poesia hexamétrica. Tratando-se de “preces”, o destinatário evidente dos hinos seria a esfera divina. O hino, portanto, estabelece uma relação de troca: a palavra humana pelo favor divino. A experiência pressuposta de comunicação ou de devoção aos deuses fala, em maior ou menor escala, da tentativa de relação entre essas partes, a que pede e a que escuta. Em vista disso, há um componente pragmático na composição hínica: algum grau de vivência religiosa, seja ela comunicativa ou contemplativa. O hino serviria, em princípio, como ponto de contato entre o interpelante e o interpelado, um diálogo sob os ditames da sacralidade". (Fonte: site da Editora Madamu)
Obs sobre a tradução: "em meio à tradução de poemas nos quais os deuses são protagonistas, é possível entrever uma consequência importante do traslado poético. Está em jogo não apenas uma tentativa de transparência entre as obras originais e suas versões, porque a palavra poética também ganha destaque. Traduzir passa a ser uma atividade ou, antes, um compromisso não somente com o relato de um conteúdo distante, mas também com a possibilidade de uma experiência, por mais discreta que seja, qualquer que seja -- estética, religiosa, literária ou histórica. Nesse momento, os leitores talvez notem que os hinos antigos se dirigiam aos deuses da mesma forma que estas traduções, com a devida reverência, tentaram se dirigir a tais hinos" (2024, p.28).
Edição: Bilíngue
Categoria: Antologia