Haroldo de Campos (1929-2003) foi poeta, professor, tradutor, crítico e ensaísta. Estreou com o O Auto do Possesso, em 1950. Com o irmão Augusto e Décio Pignatari, formou o grupo Noigandres e lançou revista com o mesmo nome em 1952. Em 1958, publicou, em Noigandres 4 o “Plano-Piloto para Poesia Concreta”. A partir da década de 1960, começou a lançar traduções de autores de vanguarda para dar suporte ao projeto da Poesia Concreta, como o norte-americano Ezra Pound, os poetas futuristas russos, entre outros (a lista completa das suas traduções está no Apêndice). Ao todo, publicou 19 volumes de tradução poética, entre eles A Ilíada, de Homero. Galáxias, um de seus livros de poemas mais conhecidos, é de 1984. Crisantempo (1998) e A Máquina do Mundo Repensada (2001) também foram trabalhos importantes. Defendeu tese de doutorado intitulada Morfologia do Macunaíma, em 1972, na Universidade de São Paulo. No ano seguinte, assumiu a cadeira de semiótica da literatura no programa de pós-graduação em comunicação e semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde permaneceu como professor até 1989. Também lecionou na Universidade do Texas, em Austin (EUA). É um dos intelectuais brasileiros cujo nome é dos mais difundidos no Exterior, principalmente por sua teoria e prática da tradução. As universidades de Yale e de Oxford organizaram conferências sobre sua obra em comemoração aos seus setenta anos. Traduziu Dante: seis cantos do Paraíso (Gastão de Holanda Editor, 1976); Transblanco: em torno a Blanco de Octavio Paz (Guanabara, 1985); Qohélet– O-que-sabe [Eclesiastes] (Perspectiva, 1990); BERE´SHITH: a cena de origem (Perspectiva, 1993); Mênis: a ira de Aquiles (Nova Alexandria, 1994); Escrito sobre Jade – Poesia Clássica Chinesa (Tipografia do Fundo de Ouro Preto, 1996, 2ª edição ampliada, Ateliê, 2009); Pedra e luz na poesia de Dante (Imago, 1998), Os nomes e os navios (7Letras, 1999); Odisseia de Homero – fragmentos (Olavobrás, 2006); Ilíada, vol. 1 (Mandarim, 2001); Ilíada, vol. 2 (Arx, 2002); Éden: um tríptico bíblico (Perspectiva, 2004). Em colaboração, traduziu Cantares, de Ezra Pound (Serviço de Documentação, MEC, 1960); Poemas, de Maiakovski (Tempo Brasileiro, 1967); Antologia poética de Ezra Pound (Serviço de Documentação, MEC, 1968); Traduzir e trovar (Papyrus, 1968); Poesia russa moderna (Civilização Brasileira, 1968); Mallarmargem (Noa Noa, 1971); Daquela estrela à outra, de Giuseppe Ungaretti (Ateliê, 2004).